29 setembro 2006

Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. Ben Singer

CHARNEY, Leo R.; SCHWARTZ, Vanessa (org). O cinema e a invenção da vida moderna. Trad Thompson, Regina. São Paulo: Cosac & Naif Edições, 2001. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. (Ben Singer)

Em "Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular", o autor Ben Singer escreve a respeito de processos sócio culturais do final do século XIX, como a urbanização, industrialização e consumo de massa, que em conjunto integram o fenômeno chamado de modernidade.
A nova situação urbana, iniciada no XIX e a mercadoria produzida em grande quantidade pela indústria, que introduzia as linhas de montagem, são acompanhadas pelo crescimento e a multiplicação das imagens de propaganda nas ruas, no Brasil chamada de mídia externa.
A concentração populacional nas cidades é o que faz surgir um fluxo cada vez maior de veículos motorizados, em substituição à tração animal.
A modificação da arquitetura dos centros urbanos, a circulação e fluxos, somados à iluminação elétrica, ao trabalho dentro das fábricas, às novas invenções e máquinas, constituem um ambiente diferente, ao qual o cidadão tem que se adaptar e adquirir novas capacidades.
A população supera novos perigos, como bondes, automóveis e a própria arquitetura da cidade, para conseguir sobreviver e se reorganizar frente ao caos da modernidade. Este excesso de estímulos, determina inúmeras mudanças no cotidiano do ser humano urbano, principalmente nas relações turbulentas com as novas tecnologias.
Noções de velocidade, tempo e espaço que o homem tinha, quando vivia e trabalhava no campo, onde se locomovia a pé, ou sobre animais, como o cavalo e o burro, já não são compatíveis com seu entorno.
A vida urbana exige aprendizado constante, conhecimento adquirido a partir da vivência e da experiência. Nestes períodos críticos, de passagem de uma situação à outra, ocorrem atropelamentos e outros acidentes. Explorados pela imprensa e pelos caricaturistas, tornam-se desenhos, gravuras e são adicionados à profusão de imagens da cidade.
O senso comum reflete a grande dificuldade do homem frente à sua própria ignorância e desconhecimento, quanto às novas máquinas e aceleração da velocidade e do tempo. Surgem novas possibilidades e dificuldades, nas relações do corpo com o ambiente, frente às noções de tempo e espaço.
As imagens são absorvidas, o imaginário comum modificado surge em manifestações artísticas e culturais, no universo de narrativas e outras linguagens e sistemas, como no cinema, na arte e na moda.
Leonora Fink

6 comentários:

Unknown disse...

voce é assim.. reinou com esse resumo.. voce nao tem ideia de como voce me ajudou

Leonora Fink disse...

Ótimo Felipe, que bom ter ajudado de algum jeito.

Anônimo disse...

POr favor vc poderia me dizer de que maneira podemos pensar correntes artisticas como o impressionismo, o futurismo, expressionismo e o cubismo são equivalentes estéticos daquilo que Ben Singer considera a " quarta geraçaõ da modernidade"?

Unknown disse...

execelente explicação... li o texto e vc o sintetizou muito bem
me ajudou a compreender melhor o que li, obrigado

Jornalista Flávio Azevedo disse...

Parabéns Leo, desculpe a intimidade, mas fizeste um resumo abrangente e ao mesmo tempo sucinto!

Jornalista Flávio Azevedo disse...

Parabéns pela síntese! Ficou correta!